sábado, 27 de janeiro de 2018

Velho Negro




Vendido
e transportado nas galeras
vergastado pelos homens
linchado nas grandes cidades
esbulhado até ao ultimo tostão
humilhado até ao pó
sempre sempre vencido


É forçado a obedecer
a Deus e aos homens
perdeu-se


Perdeu a pátria
e a noção de ser


Reduzido a farrapo
macaquearam seus gestos e a sua alma
diferente


Velho farrapo
negro
perdido no tempo
e dividido no espaço!


Ao passar de tanga
com o espírito bem escondido
no silencio das frases cõncavas
murmuram eles:
pobre negro!


E os poetas dizem que são seus irmãos.





Agostinho Neto
“Sagrada  Esperança”








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BioBibliografia 2018

Biografia : Sou reformado do Comércio & Serviços e dedico os tempos livres que, logicamente, são todos os momentos do dia e da noite,...