Mar
Bebo-o a colherinhas de olhos
na taça da manhã.
E nem ele se esgota,
nem eu me sacio.
Imagem no espelho
raiz de pedra,
corpo de vento,
olhos de água.
Assim sou
entre pássaro, flor e mágoa.
Manhã
Manso, manselinhamente,
as águas retiradas
começam a lamber as areias.
Maré de beijinhos
Armas*
Do mar
Um barco, embalo de sonho, na noite.
Uma vela a desfraldar a alegria, na antemanhã.
Uma poita para ancorar o meu coração às águas.
Da beirada
A ganha-pão colho a esperança dos dias, na espuma da maré.
Com a graveta entressacho lembranças com lírios das dunas.
A carrela é o meu andor de afectos a não perder.
Luísa Dacosta
“A maresia e o sargaço dos dias”
Sem comentários:
Enviar um comentário